sábado, 7 de julho de 2007

Protocolo nº3. Fabiana e Júlio.

As atividades de hoje parecem ter sido mais intensas que nos dois primeiros dias. Adrenalina. Primeiro, o aquecimento acabou sendo um baita exercício de confiança nos amigos do grupo, afinal, durante alguns instantes ficamos literalmente "nas mãos" deles. O grupo foi dividido em vários trios. Uma das pessoas do trio deitava-se de costas contatando todas as partes possíveis do corpo com o chão e sentindo como que se estivesse enraizada. Então, os outros dois, tentavam desenraizar a pessoa, descolando-a do chão por partes (pernas, braços e cabeça), enquanto a pessoa enraizada tentava oferecer resistência em sair do solo. Após esse primeiro momento, a pessoa deitada relaxava e os outros movimentavam todas as suas articulações (tornozelo, joelho, virilha, pulso, cotovelo e ombros) e, por fim, esticavam a pessoa usando o próprio corpo como contrapeso (puxando primeiro as pernas, depois braços, cabeça, e, por ultimo, a cabeça e as pernas juntas).
Alguns exercícios foram retomados. O exercício de nomes com a bolinha verde (que pro Fernando e pra Lu, é amarela), primeiramente foi como na primeira vez e, depois, com alguns novos elementos: jogar a bolinha limão e falar uma palavra, a pessoa que recebe a bolinha repete a ação falando uma palavra relacionada com a que acabou de ouvir. Mais para frente o contexto mudou para jogar a bolinha e falar uma palavra de modo a se formar uma história. Enfim, um exercício de criação de improviso, repente mesmo, em que a percepção do sentido possível e as mudanças de direção inesperadas exigiram muito jogo de cintura. Aliás, taí um bom nome pro jogo.
Depois veio a "contação de estórias" também solicitando criatividade e a improvisação. Uma pessoa era incumbida de contar uma história para outra, e esta, por sua vez, contava a mesma história adicionando novos elementos (som, cores, gosto e números). Aí pudemos ver uma estrutura narrativa, previamente conhecida, sendo variada ao infinito. O infinito de cada um e uma que estão ali e que, penso, precisamos ouvir. Tentar já vale. Por falar em um e uma, vocês notaram que o grupo estava bem equilibrado quanto ao número de homens e mulheres? Nas outras oficinas que fiz as mulheres sempre estavam em maioria.
Aí então, fizemos um exercício de criação de roteiro e encenação. A turma foi separada em cinco grupos, cada um com uma folha de papel e lápis. A idéia era responder a perguntas tais como: Quem é a personagem? Onde ela está? Quem está junto? O que acontece? Quem está vendo a ação? O que diz esta última personagem? Como acaba tudo? A cada resposta a folha era passada de grupo a grupo, fazendo uma dobradura na folha de modo a ocultar as respostas anteriores, ocasionando uma indeterminação na seqüência da trama. Ao fim das respostas, cada grupo encenou um desses roteiros. As cenas ficaram todas muito engraçadas e, ao comentar-se o resultado, cogitou-se surrealismo e teatro do absurdo. Algumas cenas ficaram na retina. O maluco no sanatório e o olhar do povo quando a cena acabou no ar. O exorcismo da Luana Piovani, e o entregador de pizza. E outras.
Por último a Fabiana ensinou uma música ao grupo. É uma música regional
(não sei bem de que lugar), mas é uma música de trabalho das pessoas do campo. Num determinado momento, enquanto cantávamos, a Fabiana passou ouvindo um a um e escolheu as pessoas que tinham a voz semelhante à dela, formando um grupo que cantou a música mais uma vez. Eis a letra:

E oh atrele os bois
Sinta o vento
Cai a chuva sobre nós
Vamos colher as espigas douradas


Ao final do aquecimento, dos exercícios da bola e das estórias; discutimos sobre os exercícios e colocamos nossas impressões sobre o desenvolvimento.
E agora lembrando! Temos lição de casa: contos ou estórias (pode ser um trecho que perfaça um todo) para terça-feira; e uma frase lapidar para quinta-feira. E, é claro, sempre dar uma lida nos protocolos. Assim como você acabou de fazer agora. Té.

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